O Cristão

No livro “As Crônicas de Nárnia – A viagem do Peregrino da Alvorada” , de C.S. Lewis, Eustáquio se transformou em um dragão por causa de seus maus desejos, desejou a riqueza de um tesouro amaldiçoado. No final da história, Eustáquio tentou tirar sua pele de dragão por conta própria, e viu que não era possível, pois o problema estava no coração. Ele só pôde voltar a ser humano quando permitiu que Aslam, o leão, com suas garras afiadas, penetrasse a sua carapaça de dragão profundamente. Na história o próprio Eustáquio conta sua experiência, ele diz: Então o leão disse: “Eu tiro a sua pele”. Tinha muito medo daquelas garras, mas, ao mesmo tempo, estava louco para ver-me livre daquilo. Por isso me deitei de costas e deixei que ele tirasse a minha pele. A primeira unhada que me deu foi tão funda que julguei ter me atingido o coração. E quando começou a tirar-me a pele senti a pior dor da minha vida. A única coisa que me fazia aguentar era o prazer de sentir que me tirava a pele. É c

Tenho falado já há algum tempo, que um dos maiores problemas atuais que o cristianismo enfrenta é a falta do desejo por Deus. Antigamente a vida era mais sofrida, nossos pais não tinham tanta tecnologia e conforto em torno deles. Não havia internet, e nem a indústria do entretenimento era tão grande assim. A televisão era luxo dos ricos, mas nem sonhavam com a resolução “ultra HD”. Muitos de nossos pais comiam carne uma vez por mês apenas, e de forma regrada. Sem contar que não havia em suas casas os sofás confortáveis, as camas macias e todo tipo de apetrecho elétrico que traz conforto e facilita a vida. Sem dúvida, diante de uma vida sofrida é muito mais fácil desejar o que está além desta vida terrena e efêmera. Hoje, ao contrário, diante de tanto conforto e entretenimento trazidos pela internet, mídias sociais, filmes extraordinários nos cinemas, carros tecnológicos, celulares de última geração, tecnologia e mais tecnologia, nosso coração deseja cada vez menos as coisa

“Estava chegando ao mundo a verdadeira luz, que ilumina todos os homens.” (João 1.9 – NVI) O Natal é, sem dúvidas, uma das épocas mais bonitas do ano. Por todos os lados há enfeites luminosos, pisca-piscas, decorações especiais, presépios, cantatas e muita comida deliciosa. Em minha casa já é cultural, sempre saímos nesta época para ver as decorações de Natal espalhadas na cidade, e ver as luzes que são colocadas nas praças, shoppings, parques e teatros.  Todos estes enfeites luminosos, por outro lado, nos chama a atenção ao fato que há um entendimento popular que o mundo está em trevas, por causa da maldade e ignorância dos homens, e o sofrimento reina sobre toda a terra. E então, principalmente nesta época do ano, as pessoas acreditam que tudo pode mudar, como “New York Times” anos atrás afirmou em uma das suas matérias, “o sentido do Natal é que o amor triunfará, e conseguiremos construir um mundo de união e paz” . Em outras palavras, o surgimento das luzes do Natal aponta p