A graça e a adoração





Há um problema cultural em nossa geração que é a não valorização daquilo que é gratuito. Nós não conseguimos valorizar aquilo que não nos custou nada. Por exemplo, muitos só conseguem ter uma rotina de exercício físico, quando se matriculam em alguma academia e ali investem seu dinheiro, pois para compensar o gasto busca-se a disciplina para a frequência.  O problema em relação a nossa vida cristã que surge disso, é que não encaramos de maneira correta o entendimento do evangelho da graça, conectado com a gratidão, com o culto e a adoração.

Vou explicar melhor: ao compreender que a salvação é pela graça e não por méritos próprios (que a vida eterna não pode ser comprada por nós), desvalorizamos o compromisso com o culto, com a adoração e com a gratidão constante. A religiosidade que se baseia nos méritos próprios para a salvação, obriga as pessoas a cumprirem os rituais semanais da religião, tendo como pena a perda da salvação. O evangelho por sua vez, liberta dessa obrigação meritória, e concede a salvação gratuita. Contudo, muitos após libertos pelo evangelho, passam a desvalorizar os cultos, a adoração diária e a gratidão pela graça, demonstrando mais compromisso sob a motivação da religião do mérito, do que, da maravilhosa graça.

O problema está em entendermos que a “graça é barata” (como denuncia Dietrich Bonhoeffer). E, que não sendo a salvação por mérito, não nos exige compromisso nenhum com o Senhor. Mas isso não é o evangelho, e quem pensa assim está a passos largos para a perdição. Se não entendermos que a “graça não foi de graça”, nós não mudaremos nossas atitudes. O custo da graça que recebemos foi caríssimo, tão alto que nenhum de nós poderia pagar: o preço foi o sangue de Jesus (1 Pe 1.18-19).

Então, negligenciar a adoração diária e comunitária (aos domingos), não ter compromisso com os momentos de culto público ao Senhor, descuidar-se com a frequência e assiduidade é não apenas errado, mas uma falta de gratidão pela graça que não é barata. Apesar de não ser meritório, a gratidão pela graça deve nos mover tanto à adoração diária, como a adoração comunitária semanal. A Bíblia ensina assim quando diz: “Não deixemos de congregar, como é costume de alguns” (Hebreus 10.25). É tão triste ver que os “cristãos” são mais compromissados e assíduos com suas “academias”, “escolas”, “aulas disso, ou daquilo”, “trabalho” etc., do que com a frequência semanal no culto para adorar e agradecer ao Senhor Jesus.

Por fim, finalizo esta reflexão com o texto de Mateus 13.44 que fala sobre o valor precioso da graça de Deus, nos ensinado por Jesus: "O Reino dos céus é como um tesouro escondido num campo. Certo homem, tendo-o encontrado, escondeu-o de novo e, então, cheio de alegria, foi, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo.” (NVI)

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