Perdão pleno e gratuito


“Errar é humano” diz o ditado popular, utilizado por nós como um analgésico para o sentimento de culpa e frustração quando falhamos. Mas, apesar de nossa vida efêmera aqui na terra ser marcada por nossos erros e pecados, o homem não foi criado para “errar”. Na Bíblia, uma das definições de pecado é “errar o alvo”, não podendo ser este “alvo” (do homem) o próprio pecado. A própria culpa que sentimos quando pecamos, nos mostra que apesar da natureza humana ter se tornado pecaminosa, necessitamos de perdão e redenção!

O erro e o pecado se tornaram uma realidade na vida do homem quando em rebelião contra Deus, Adão, o primeiro homem, decidiu ser o seu próprio deus, desejando ser igual a Deus (cf. Gn 3). A Bíblia diz: “[...] por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5.12). O pecado trouxe então à toda humanidade a inimizade com Deus, e a maldição da condenação da morte. E essa maldição do pecado não afeta apenas a humanidade, mas toda a criação. Por isso a morte permeia nosso mundo, assim como a maldade e corrupção. As trevas ocasionadas pelo pecado reinam neste mundo, tendo como príncipe o próprio diabo, que escraviza as pessoas através da culpa, e do medo tenebroso da morte e inferno. Diante dessa cena de terror só existe uma solução: perdão!

Nosso pecado individual traz em nós os sentimentos de culpa e frustração. Quando pecamos nos sentimos sujos interiormente e o desânimo toma conta de nossa alma. Muitas vezes buscamos encontrar em nós algum “bom” motivo para Deus nos perdoar, algum mérito pessoal advindo da religiosidade, piedade ou moralidade. Mas isto em si é um erro, pois a razão de Deus nos perdoar não está em nós, mas no seu amor para conosco. E este amor de Deus por nós, não é superficial e inconstante como o amor humano que se baseia nas circunstâncias e reciprocidade, pois “Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5.8).

A Bíblia nos revela que Deus é o maior ofendido pelos nossos pecados (cf. Salmo 51), pois o nosso “pecado é um desafio à sua justiça, abuso de sua misericórdia, escárnio de sua paciência, desrespeito a seu poder e desprezo por seu amor” (John Bunyan). Apesar disso, o próprio Deus decidiu misericordiosamente perdoar pecadores através da morte de Cristo. Sobre isso Joel Beeke afirma: “A cruz de Cristo mostra tanto a exibição mais terrível da “ira” de Deus pelo pecado quanto a mais rica manifestação da vontade de Deus de “perdoá-lo”. O perdão, pleno e gratuito, escrito em cada gota de sangue vertido no Calvário, é oferecido gratuitamente até mesmo ao maior dos pecadores!”

Desta forma, o perdão tão importante e necessário para o homem, vem através da condenação do Filho de Deus em nosso lugar. Jesus Cristo sendo o único que nunca pecou, se tornou voluntariamente nosso substituto da condenação que merecíamos. Paulo diz: “Aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós; para que, Nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.21). Semelhantemente, Pedro, citando o profeta Isaías, diz: “carregando Ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por Suas chagas, fostes sarados” (1 Pe 2.25). Portanto, “[...] nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). Nas Palavras de Fuller: "a Bíblia nos assegura da misericórdia suprema, grandiosa e terna de Deus e da sua disposição em perdoar todos aqueles que voltam para Ele no nome de seu Filho".

Apesar disso, há pelo menos dois tipos de pessoas que não conseguem alcançar o perdão de Jesus: os orgulhosos que acham que não precisam de perdão, pois se acham bons os suficientes para merecerem a vida eterna; e, os que duvidam do perdão pleno e gratuito de Cristo. Quanto ao primeiro tipo João nos alerta: “se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós”; e ainda: “se dissermos que não temos cometido pecado, fazemos Deus de mentiroso, e a sua Palavra não está em nós”; mas, “se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1.8-10). Precisamos, portanto, ter o mesmo sentimento de arrependimento do salmista Davi quando diz, após confessar o seu pecado diante de Deus, que “sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Salmo 51.17).

Por outro lado, em relação ao segundo tipo de pessoas, as Escrituras afirmam veementemente que “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11.6a). Portanto, precisamos crer no perdão com a mesma convicção que o salmista Davi expressou ao dizer: “Purifica-me… e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo que a neve” (Salmo 51.7). Tendo, assim, a plena certeza de que o perdão é uma realidade a todos aqueles que creem em Jesus, que confiam em seu sacrifício de amor.

Querido amigo, se você se sente culpado e frustrado pelo seu pecado, se arrependa de seus pecados, humilhe-se diante daquele que sofreu por nós, e creia em seu amor. Para receber o perdão pleno e gratuito, você pode fazer hoje a mesma oração de fé de Joseph Irons:

Oh, dizei-me que meus pecados foram postos
Sobre Aquele que sofreu no madeiro,
E que ele gemeu e sangrou por mim...
Senhor, cura-me e serei curado;
Deixa o perdão para o meu coração ser selado;
Restaura minha alma errante e ferida,
E não me deixes mais afastar-me de ti.

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