Halloween ou Reforma Protestante?
“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos
pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa,
agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos
12.2)
A
Reforma Protestante deu-se início no dia 31 de outubro de 1517, quando Martinho
Lutero fixou na porta da capela de Winttenberg noventa e cinco teses, as quais
criticavam o que a igreja tinha se tornado. Naquela época a igreja cristã tinha
se tornado uma mera religião baseada na justiça pelas obras. A salvação era
vendida em praça pública, e era exigido das pessoas a compra de indulgências
para se livrarem da condenação. Além de milhares de ensinamentos não bíblicas
que vieram a se tornar tradição dos cristãos, entre eles, várias superstições e
medos com respeito a morte, demônios, etc.
Assim, a Reforma Protestante do Século XVI foi importante para o
cristianismo porque chamou a atenção para verdades (doutrinas) e práticas
bíblicas que haviam sido esquecidas ou distorcidas pela Igreja Medieval. Não
foi um movimento inovador, mas restaurador das convicções e ênfases do cristianismo
original. Algumas de suas principais contribuições foram: o retorno às
Escrituras; a centralidade de Cristo; a salvação vista como dádiva da graça de
Deus a ser recebida por meio da fé; e, a Igreja não é a instituição ou a
hierarquia, mas o povo de Deus (sendo que cada cristão é um sacerdote).[1]
O “Halloween” ou “Dia das Bruxas” também acontece no
dia 31 de outubro, sendo sua relação com a Reforma Protestante apenas a data.
Uma pergunta surge neste momento, por que é importante falarmos sobre uma festa
americana? Porque cada ano que passa, essa comemoração está mais presente no
Brasil, e isso através das escolas primárias, das escolas de inglês, TV,
clubes, etc. Mas o que tem de tão perigoso em uma brincadeira de criança?
A "brincadeira" do Halloween não tem
nada de brincadeira na sua origem. Historicamente, ela tem origem celta, onde
nesta época do calendário, os druidas (espécie de feiticeiros, antigos
sacerdotes entre os gauleses e bretões), costumavam erguer fogueiras para
invocação de Samhain, “o senhor da morte”. Pelo menos outros quatro espíritos
também eram invocados, com a finalidade de se consultar sobre o futuro ou sobre
coisas ocultas. O povo celta também acreditava que nesta data os espíritos dos
mortos voltavam à terra para visitar os lares durante a noite.[2]
O Samhain
veio se tornar Halloween em conexão com o Dia de Todos os Santos da Igreja
Católica Apostólica Romana. O dia de todos os Santos era celebrado originalmente
em maio, contudo foi mudado para novembro, para que os territórios pagãos recém
conquistados no noroeste da Europa combinassem os rituais do Samhain com a
festa católica. Assim, surgiu “All Hallows
Eve”, a “véspera de Todos os Santos”.
All Hallows Eve acabou por ser ajustado para "Hallow e'en",
que se tornou "Halloween".[3]
E, por fim, “a festa de Halloween foi introduzida nos EUA por imigrantes
irlandeses e passou a ser conhecido como o Dia das Bruxas”.[4]
Mas, como os cristãos devem responder ao Halloween?
Jonh McArthur[5]
afirma que não precisamos temer o Halloween como pagãos supersticiosos. Somos
iluminados pela verdade da Palavra de Deus, e não temos medo de demônios, nem
de Satanás. "Maior é aquele que está em vós do que aquele que está no
mundo" (1 João 4:4). Sem contar que a cruz de Cristo e sua
ressurreição decreta a vitória contra os poderes das trevas e o inimigo de
nossas almas (Colossenses 2.15).
Apesar de não termos medo do que essa festa pagã representa,
por sermos libertos por Cristo e vitoriosos em nosso Salvador, não podemos como
cristãos dar corda a superstições pagãs. E, assim, Jonh McArthur[6] afirma:
“os cristãos deveriam responder ao Halloween com a
compaixão do evangelho”. Ele continua: “Os cristãos devem usar o Halloween e tudo
o que ela traz para o imaginário - as imagens da morte, da superstição, as
expressões de folia debochado - como uma oportunidade para envolver o mundo
incrédulo com o evangelho de Jesus Cristo.”
Como
fazer isso? Como nós pais podemos ensinar nossos filhos a não festejarem o
Halloween, e ao mesmo tempo usarem este dia como uma oportunidade evangelística?
Primeiramente, precisamos ensinar as crianças sobre o evangelho de nosso
Senhor Jesus Cristo, e mostrar que bruxas, monstros, e todas essas superstições
não nos atinge, porque somos de Cristo Jesus. E em segundo lugar, podemos
ensiná-las a comemorar a Reforma Protestante. Por meio de “festivais da reforma”,
onde lembramos dos reformadores (Ulrico
Zuínglio, João Calvino, Jacques Lefevre, João Tyndale, Tomás Cranmer, João
Knox, Martinho Lutero etc.), e mais uma vez, celebramos a Salvação em Cristo
Jesus.
É importante, porém, não as ensinar a ridicularizar seus
coleguinhas no colégio que brincam de “Halloween”, como se nós fossemos
melhores por não festejar o “dia das bruxas”. As crianças, ao contrário,
precisam aprender a amar seus amiguinhos e ter o desejo de falar sobre Cristo.
Como também, explicar que não brincam de Halloween e nem tem medo de bruxas,
porque Cristo morreu por elas e as salvou de toda superstição e medo da morte.
E assim, ensinaremos as Crianças a responder o Halloween com a compaixão do
evangelho.
[1]
Marcas de uma igreja que faz diferença – Comunidade presbiteriana Chácara
Primavera.
[2] Jáder Borges,
http://bereianos.blogspot.com.br/2012/10/halloween-inofensiva-brincadeira.html.
[3] Jonh
McArthur, http://www.gty.org/resources/Articles/A123/Christians-and-Halloween.
[4]
http://observateologia.blogspot.com.br/2011/10/o-halloween-e-reforma-protestante.html
[5] Jonh
McArthur, http://www.gty.org/resources/Articles/A123/Christians-and-Halloween.
[6] Jonh
McArthur, http://www.gty.org/resources/Articles/A123/Christians-and-Halloween.