O Amor Faz!
O primeiro e maior
mandamento é amar a Deus acima de todas as coisas. Mas como amamos a Deus? Como
este amor que temos por Deus é demonstrado em nossas vidas? Sabemos
primeiramente, que só podemos amar a Deus, porque ele nos amou primeiro e nos
resgatou de nossa escravidão do pecado através da redenção de Cristo. E assim
nosso amor é a resposta por tão maravilhosa graça e salvação que recebemos.
Portanto, deveria ser nosso amor por Deus a coisa mais intensa em nossa vida,
como a própria Bíblia nos diz, “de todo o teu coração, de toda a tua alma,
de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento” (Lucas 10.27).
Porém, há um
problema: o que entendemos por amor. Muitos cristãos dizem que amam a Deus, mas
fica nítido que Deus não é a prioridade em suas vidas, e estes mesmos não
desejam servi-lo, buscá-lo e adorá-lo. Não fazem nada para Deus, e negligenciam
os momentos de adoração individual e comunitária, e não amam a obra do Senhor.
Ou são acomodados, ou suas prioridades são tão egoístas que não dispõem de
nenhum minuto sequer para se dedicarem a obra do Senhor. Dizem que amam a Deus,
mas na verdade tem só uma admiração pelo Senhor, um amor platônico
contemplativo sem prática, ou meramente um sentimento qualquer desprovido da
verdadeira essência do evangelho, e talvez da própria salvação.
Quando Cristo
perguntou a Pedro se ele o amava, ao ter a resposta positiva de Pedro, logo
Jesus ordenou: “Então, apascenta as minhas ovelhas” (cf. João 21.15ss).
O entendimento é simples, por amor a Cristo, Pedro pastorearia o rebanho do
Senhor e se dedicaria ao ministério de apóstolo, liderando a igreja como um dos
seus mais importantes missionários nos primórdios. O amor não é destituído de
prática, Jesus mesmo já havia ensinado isso quando disse: "Se vocês me
amam, obedecerão aos meus mandamentos.” (Jo 14.15 – NVI).
A Bíblia sempre
nos ensinou assim, que o amor é muito mais que o sentimento ou a afeição pela
contemplação de algo, amor tem a ver com serviço, com atitudes e com o
sacrifício de si mesmo (cf. Efésios 5.1-2, 1 João 3.16). Neste sentido podemos
dizer que “o amor fez”, sim, Cristo a personificação e a encarnação do amor de
Deus já fez por nós o imensurável. Ele se entregou por inteiro, foi condenado
em nosso lugar por amor, como Paulo nos diz em Romanos 5.8: “Mas Deus prova
o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo
nós ainda pecadores.”
A letra de um hino
antigo, faz pensarmos um pouco sobre isso, seu coro diz: “Morri, morri na
cruz por ti, que fazes tu por mim? (Hino 270 – Desafio – Hinário Novo
Cântico). Este fazer jamais pode ser pela motivação errada, em busca dos
méritos e das bênçãos do Senhor. Mas sempre em resposta aquilo que Cristo fez, por
amor a Deus e em gratidão a sua graça e misericórdia. Deve se assemelhar a um
casal, que no início de seu romance, não mede esforços para agradar o outro por
meio de suas atitudes, mas com prazer o faz, desejando unicamente demonstrar
seu amor e ver o seu amado (ou amada) feliz (confira depois em João 12.1-8 a
história de Maria, que ungiu os pés de Jesus com bálsamo precioso e enxugou com
seus cabelos).
Finalizo essa meditação, com a exortação que o Senhor Jesus fez a igreja de Éfeso, quando disse: “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras” (Ap 2.4-5). Que Deus restaure em nós este amor altruísta, sacrificial, que não mede esforços para fazer aquilo que o Senhor deseja, e que ama a obra de Deus, e se deleita com glória de Cristo. Amém!